sábado, 18 de fevereiro de 2012

Pressinto os teus tormentos como se os pudesse escutar ou sentir
Não te consigo auxiliar mas cedo a minha presença para os dividirmos
Vínculo estranho este que me inspira e me agasalha o espírito frio
É algo incompreensível que existe e que persiste para ser entendido

Foram inúmeras as reflexões que acordaram após precisar de te reviver
Pouco concreto ou consistente isto que sobrevive na reminiscência
Eleva-se contudo a necessidade de experimentar o prazer do impossível
Transpiro incertezas e calculo como deter aquilo que não me faz nada

Sossego a minha alma e afasto os fatais escrúpulos tecidos pelo destino
Partilho contigo o que sou e como me sinto sem máscaras ou indigências
Não tenho nem nunca tive mais do que momentos para te oferecer
Preciso de ti porque me proteges da retraída insegurança que me aflige

Incomodam-me as opiniões de seres que se julgam capazes para tal
Pobres são aqueles que ousam falar do que desconhecem de todo
Os escassos que criteriosamente elegi para repartir as minhas entranhas
Esses não proferem de forma trivial um qualquer pensamento irreflectido

Estou com determinação suficiente para pelo menos conseguir ignorar
Absorver apenas o imprescindível e não perder a lucidez que subsiste
Continuo a ter de conviver com mil seres mas a querer estar só comigo
Ajuda-me porque a solidão intimida e trai até o mais sensato pensador

                                                                                                Juliana Silva Casimiro

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